A urbanização de Campinas/SP e a produção de informação nas maiores ocupações da cidade


resumo resumo

Helena Rizzatti



 

E nas palavras de Alves (2014, p. 434) “O saber, a diversidade de experiências e materiais é a riqueza do chamado terceiro mundo, parte de um sistema a margem das decisões políticas e econômicas que culminaram na dinâmica atual do sistema mundo”. Possíveis apenas através da resistência e dos novos usos da técnica, constitui-se nessa troca de informações e saberes, nessa vivência à margem da racionalidade sistêmica, nessa comunicação, as contra-racionalidades que indicam a força dos agentes não-hegemônicos.

 

Conclusão

Apresentamos nesse artigo como a produção da informação envolve a dimensão do conhecimento técnico e da política, pois além de mercadoria ela é capaz de carregar intenções, objetivos dificilmente compreendidos ao se observar, sem uma sistematização, a maneira como são organizadas e distribuídas. Assim, a desigualdade da implantação das técnicas da informação e da difusão da própria informação no território atende aos interesses dos agentes hegemônicos do processo de globalização. Quando atingimos o lugar, as ocupações de terras urbanas estudadas, nota-se que, apesar da força da urbanização corporativa, da racionalidade, é inegável a força do saber local, da densidade comunicacional e das contra-racionalidades!

Para isso, foram analisadas todas as notícias de jornais publicadas sobre a região do Jardim Campo Belo desde a instalação da ocupação do Jardim Campo Belo, em 1997, até o final do ano de 2010 veiculadas por um importante jornal de Campinas, permitindo, assim, compreendermos de que maneira essas informações descendentes construíram uma imagem do lugar para todos os seus leitores. Buscamos, também, a produção de informação ascendente nessa região e na ocupação do Parque Oziel. Foram encontrados o jornal ‘Vip Viracopos’ no Jardim Campo Belo, de caráter estritamente publicitário; e, na região do Parque Oziel, o jornal ‘Em Destaque’ e a ‘Rádio Eloi’ todos esses veículos foram montados e são mantidos por moradores das regiões.

Enfatizamos, assim, a capacidade da população das duas maiores ocupações de terras urbanas de Campinas de se organizar para viver nesses lugares e, para além disso, produzir informações ascendentes. Demonstra-se tanto a força do saber local quanto a importância da informação no período histórico atual. A densidade comunicacional nesses lugares é uma forma de resistência ao sistema hegemônico, pois permite o acesso a direitos que são espoliados dessa população em prol dos interesses hegemônicos. As