outros termos, são sistemas sujeitos ao Efeito Borboleta[1] (GLEICK, 1989), como ficou popularmente conhecida a Teoria do Caos. Estes sistemas têm comportamento inverso aos tidos como perfeitamente regulares, ou seja, aqueles que permitem saber com exatidão seus comportamentos futuros, independentemente do tempo de verificação.

Nesta direção, podemos perguntar: Qual ou quais foram as condições iniciais que, em seus efeitos, tornaram o sistema das manifestações nas redes sociais e nas ruas algo tão dinâmico? Tomaremos, para efeito deste artigo, como condição inicial o valor do aumento defendido pela Prefeitura de São Paulo para a tarifa dos ônibus e metrôs: 0,20 centavos, embora saibamos que não seja uma tarefa fácil determinar com exatidão as reais condições iniciais do movimento, pois teríamos de considerar variáveis que nos escapam por envolverem uma multiplicidade de aspectos de natureza social, política, cultural,  econômica, ideológica, psicológica, mercadológica, etc,

Os 0,20 centavos de reais elevava o preço das passagens de 3,00, para 3,20 reais. Na perspectiva da Teoria do Caos, os 0,20 centavos se configuraram nas condições iniciais - Efeito Borboleta - do movimento como um todo, pois foi esse valor que marcou o inicio da trajetória do sistema imprevisível e caótico do sistema dinâmico das manifestações e que tornaram difíceis à época - e ainda hoje – prever os seus resultados finais. 

[1] “O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”