autor, a beira do caos é “a zona de batalha em constante alternância entre a estagnação e a anarquia, o ponto onde um sistema complexo pode ser espontâneo, criativo, e vivo”.

Neste sentido, são pertinentes as observações de Ockerman (apud PAIVA, 2009) quando diz:

[a] beira do caos é um estado paradoxal, um acaso em espiral entre a ordem e o caos, uma oscilação ativa entre dois extremos, caracterizada pelo risco, pela exploração, e pela experimentação. É aqui que o sistema opera no seu mais alto nível de funcionamento, onde acontece o processamento de informação, onde se correm riscos e onde se experimenta novo comportamento. Dizemos que uma mudança é inovadora e que o sistema aprendeu e evoluiu quando um novo comportamento emerge e quando a função primária e as regras de operação do sistema são modificadas de tal forma que seus níveis de adaptação são aperfeiçoados a partir da relação com outros sistemas.

Como podemos perceber nas palavras de Gleick, Waldrop e de forma mais contundente em Ockerman, o termo que expressa essa dinâmica está relacionado com processos adaptativos. Os movimentos de ordem/desordem/ordem constitutivos de um sistema dinâmico seriam fases de adaptação do sistema, independente de tempo de duração de cada uma das fases e do espaço em que ocorrem.

Nesta direção, é interessante a observação de Colom (2004) quando diz que o resultado da ordem interna é o caos do conjunto que se auto-organiza em formas ordenadas e que rapidamente se desordena para formar outras ordens, às quais, sucessivamente, se seguirão novas desordens propiciadoras de outras novas ordens.

2 - Das infovias de bits às vias de asfalto

Em meio à profusão de cartazes coloridos e com diferentes enunciados de protestos escritos a mão em papel cartolina, um cartaz nos chamou a atenção.  Trata-se do cartaz Saímos do Facebook, como é possível de se verificar na Figura 3.