O presente trabalho tem o objetivo de compreender os modos de funcionamento da história/memória na produção de sentidos observáveis nas relações entre diferentes práticas sociais e modos de designar um ponto turístico, portanto espaço público, de Santa Maria, RS. O “Viaduto sobre o Vale do Diabo” ou, simplesmente, “Garganta do Diabo”, situado em uma das possibilidades de entrada/saída da cidade, colocando o forasteiro em uma espécie de zoom metafórico
[1] do que ele poderá encontrar ao chegar à cidade. O referido viaduto oferece uma vista privilegiada, sobretudo para quem está entrando em Santa Maria, o que parece se contrapor a essas designações, que se instituíram socialmente devido ao
fato de que, antes da construção de tal viaduto (que ocorreu na década de 50, do século XX), aquela “passagem” na saída/entrada da cidade era muito íngreme, cercada de morros. Esta dificuldade na passagem é marcada também pela ocorrência de acidentes (de trânsito) e incidentes (sobretudo, suicídios), revelando uma outra face deste espaço às vezes mais e às vezes menos urbano.