Revista Rua


Apresentação Rua 15 Volume 2

Neste segundo volume do número 15 da Revista Rua reúnem-se na seção Estudos artigos que trazem à tela a cidade em sua espessura, e nessa espessura o estético e o científico se afetam e produzem efeitos de sentido. Na relação com o conhecimento, na relação com os modos de dizer, na relação com a memória, sentidos se enredam e se fazem visíveis pelo gesto de análise. Neste mesmo batimento temos, na seção Artes, a presença de um recorte de cinco poemas do livro inédito de Marcos A. Ramos – O Corpo de uma Linha, objeto da resenha de Isadora Machado. Ao lado desse belo recorte poético, comparece o vídeo da Frente 3 de fevereiroBandeiras.

Lado a lado, de trás para frente, em ziguezague, os nove artigos da seção Estudos estabelecem uma interessante conversa em direções convergentes e divergentes sobre as demandas de sentidos dos sujeitos na relação com os espaços ocupados ao mesmo tempo pelo estético e pelo científico. Em uma primeira forma de estabelecer a conversa, podemos observar, no que se refere a uma reflexão sobre o funcionamento da divulgação e da presença da ciência na sociedade, a ênfase na relação entre a linguagem e o conhecimento tomada a partir do papel da tecnologia na sociedade, sob três dimensões: como as novas tecnologias de linguagem afetam a construção do conhecimento; como o conhecimento constrói novas tecnologias de linguagem; como as novas tecnologias de linguagem dão corpo ao conhecimento. Nessa conversa, segue a insistir o corpo ausente e a memória presente da cidade de Piglia.

Em Linguagem e Conhecimento: Produção e Circulação da Ciência, de Eduardo GUIMARÃES, a produção e circulação do conhecimento na sociedade contemporânea, claramente marcada pelo prestígio da ciência e da tecnologia é colocada em evidência para se compreender como o processo de circulação de conhecimento afeta as próprias condições de sua produção, na medida em que produz sentido no embate político de que participa.  Cristiane DIAS com seu Imagens e metáforas do mundo reflete sobre o discurso da Sociedade da Informação e do Conhecimento tendo como ancoragem analítica as formulações “sociedade do conhecimento” e “sociedade da informação” tomadas como efeito metafórico, o que permite compreender como a sociedade contemporânea é determinada ideologicamente pelos sentidos da informação como conhecimento.  Por sua vez, Susana Dias em Divulgação monstra: pulsações por entre vida, caos e política nos aproxima das relações imaginárias produzidas pela presença das biotecnologias nas vidas cotidianas e seus efeitos de sentido de modo a proporcionar pontos de ancoragem para a reflexão nas políticas públicas em ciência. Em  Linguagens perdidas de divulgação científica: simulacros e artesanatos, Peter SCHULZ propõe um resgate da história dos kits de experimentação científica, na forma de uma crônica- manifesto, obliterada e sucateada pelas novas tecnologias de linguagem em divulgação científica. Solange Leda GALLO, com seu www.cienciaemcurso.unisul.br, apresenta uma experiência discursiva de produção de materiais de divulgação científica na forma de uma revista digital e multimídia que não produz notícia sobre ciência, mas procura mostrar como se dá o processo da pesquisa. Com Linguagem, tecnologia, conhecimento e suas relações no contexto de formação continuada de professores, Fernanda FREIRE apresenta algumas das relações entre linguagem, conhecimento e tecnologia no contexto de formação continuada semipresencial de professores a partir da análise de dados de cursos do Centro de Formação Continuada de Professores do Instituto de Estudos da Linguagem (CEFIEL/Unicamp) que utilizam o ambiente TelEduc. Samuel Rocha OLIVEIRA, em Algumas Práticas em Divulgação Científica: A importância de uma linguagem interativa, propõe a necessidade de uma linguagem mais interativa entre o público leigo e os comunicadores de ciências, mostrando essa demanda por meio de práticas de divulgação e de paródias da presença da ciência na sociedade. Marci Fileti MARTINS com seu O Discurso da Ciência na Contemporaneidade: “Nada Existe a Menos Que Observemos” apresenta paradoxos e rupturas que passam a constituir o discurso científico na atualidade. Finalmente, Livia GROTTO, em seu O Invisível em La Ciudad Ausente, repõe pelo gesto da análise de estético um arquivo a respeito da urbe, retemporalizando a memória e a presença do sentido mesmo e, sobretudo, o ausente.


Número 15 - Novembro 2009
ISSN 1413-2109/e-ISSN 2179-9911

Conheça a Revista Rua

Editada pelo Laboratório de Estudos Urbanos reúne artigos, produções artísticas e resenhas de obras que tratem de fenômenos próprios da cidade nos múltiplos espaços do político e do urbano. - Leia mais

Artes



Resenha