que prometia uma maior integração das formas, além de inserir o concreto armado como material da construção civil.
A Pampulha constituía-se em uma utopia urbana modernista, na qual as curvas e a leveza esboçadas nos projetos de Oscar Niemayer para a área prometiam romper radicalmente com a paisagem quadriculada predominante na região central e contida pela Avenida do Contorno. Nas palavras do arquiteto, desejava-se uma arquitetura guiada pela imaginação, não pelo esquadro (...). A abertura de avenidas de acesso garantia que os automóveis compusessem a paisagem charmosa e acolhedora dos novos hábitos sociais urbanos, moldada por muitas das mais caras e elegantes mansões da cidade (DUARTE, 2009, p.33).
Até então, a Pampulha era considerada uma região rural em detrimento do centro urbano. Pensada durante o mandato do prefeito Aarão Reis e concluída por Juscelino Kubitschek, em 1944, a Pampulha foi construída em um vazio urbano. Isso demandou um conjunto de obras rodoviárias para que pudesse haver uma fluidez no território, gerando um espraiamento e crescimento da cidade, além disso, foi possível construir o Aeroporto da Pampulha, o que dinamizaria o transporte para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com Santos (2005, p.106), “o funcionamento da sociedade urbana transforma seletivamente os lugares, afeiçoando-os às suas exigências funcionais”, com isso, diversas parcelas da cidade ganham e perdem valor ao longo do tempo, acoplados com o sistema socioeconômico e o modelo ideológico sobre desenvolvimento e modernidade.
Nesse contexto, a Copa de 1950 deveria servir para divulgar a cidade e projetá-la internacionalmente. Entretanto, faltava um grande estádio em que os jogos pudessem ser realizados. Dessa lacuna, foi concretizado o Estádio Independência, pensado para 45.000 pessoas e cuja inauguração se deu com o primeiro jogo da Copa em Belo Horizonte. O estádio recebeu três jogos: Iugoslávia x Suíça; Inglaterra x Estados Unidos e Uruguai x Bolívia (SANTOS, 2005a), respectivamente.
A derrota da Inglaterra para os Estados Unidos em solos belorizontinos fez com que a visibilidade da capital mineira aumentasse, afinal todos os noticiários anunciavam a “zebra” do torneio.
Quatro anos depois da inauguração do Independência, começou-se a ventilar a necessidade de construir outro estádio em Belo Horizonte, com maiores proporções. O raciocínio era simples: um estádio maior atrairia e comportaria mais público, a renda aumentaria e, com isso, diminuiria o êxodo de jogadores para o Rio de Janeiro e São