conhecimento, neste caso, tem fim educativo. Nós não produzimos notícia sobre ciência, nós queremos entender o processo da produção da ciência e apresentar esse processo para os estudantes.
Essa conjuntura faz com que nosso trabalho de mediação (de um discurso ao outro) se dê principalmente pela re-interpretação de elementos constitutivos da memória do conhecimento que se divulga.
São dois fatores, portanto, que concorrem para que o foco da divulgação esteja no processo e não no produto: o modo de produzir sentido no espaço universitário (acadêmico/científico) e o trabalho com a Análise do Discurso. As características próprias do discurso acadêmico, em oposição àquelas do discurso jornalístico explicam, em parte, o modo de abordagem que adotamos. Somando-se a isso, o método próprio da Análise do Discurso e seu dispositivo teórico propiciam a compreensão das condições históricas, sociais e ideológicas do conhecimento divulgado.
ENSINO/PESQUISA E EXTENSÃO
Na experiência da produção da Revista estão envolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O trabalho de divulgação, nesse caso, é ele próprio uma pesquisa que vai se desenvolvendo de forma processual, ou seja, nós estamos pesquisando qual é a forma ideal de aproximar o discurso científico de um sujeito não cientista. Esse é o objetivo da nossa pesquisa. Para tanto procuramos compreender as condições de produção do discurso científico, resgatando um pouco da sua historicidade. Busca-se com isso desfazer a evidência do fato científico, mostrar que existem acertos e erros antes de se chegar a um resultado satisfatório e que o conhecimento é um processo. O fato científico é só um resultado desse processo. Portanto, queremos manter a perspectiva de processo tanto para o discurso científico de origem, quanto para o discurso de sua divulgação.
Por outro lado, a própria Revista, com seus números, sua periodicidade, sua forma, seu modo de circulação, constitui um produto que consideramos como uma extensão do nosso trabalho de pesquisa. Ele se volta à comunidade e funciona como um lugar discursivo próprio.
Finalmente, vale a pena dizer que o projeto da Revista, tanto como laboratório de pesquisa, quanto como produto de extensão, desenvolve-se dentro da universidade e, portanto, tem sua inscrição, como já foi dito, em um discurso acadêmico. Isso garante
