Revista Rua


www.cienciaemcurso.unisul.br
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Solange Leda Gallo

...então agora a gente percebe efetivamente que esse não é um sambaqui, mas um sitio Jê, e agora qual é nosso próximo passo: é responder à seguinte questão: esse sítio é um sítio habitação, é um sítio cerimonial...?
 
Então vocês perceberam que na medida em que os pesquisadores conseguiram responder às perguntas suscitadas lá no campo, essas respostas levaram a novas perguntas:
 
bom, agora nós vamos ter que responder outras coisas...
 
...Isso que nós levantamos até agora tem indicado que se trata de um sítio cerimonial Ge. Esse sítio é muito importante porque ele pode ser um elo de ligação entre o declínio da sociedade sambaquieira e a entrada da sociedade de agricultores ceramistas no nosso litoral.
 
É possível se perceber, aí, um processo científico. Como é que a pesquisa vai se dando, como é que as dúvidas vão aparecendo, e como é que as hipóteses vão constituindo respostas e vão gerando novas perguntas, enfim, exatamente o processo da ciência.
Para trabalharmos, então, na Revista, com esse tipo de material, a gente tem algumas estratégias. Uma delas é a hipertextualidade, a multiplicidade de mídias. Usamos áudio, vídeo, textos, links, possibilitando a interação do interlocutor com os sentidos da ciência de modo não linearizado.
Quanto ao design, nós estudamos um modo de significar o processo inacabado, sempre em construção. Em um primeiro momento foi feita uma opção por uma espiral no centro da página. Essa espiral, hoje, transformou-se no logo da Revista.
Além desse formato, a gente trabalha com contextualização o máximo possível. Então, sempre que podemos, colocamos a pesquisa numa situação em que outros fatores aparecem. Por exemplo, a gente estava divulgando um grupo de psicologia que estava falando sobre trabalho e subjetividade. Falamos, então, sobre a reconfiguração do universo do trabalho, procurando mostrar como as pessoas se identificam ou não com o trabalho que realizam. A partir disso a gente foi contextualizando, dando destaque para a voz do não cientista.
 
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