FICA na rua: arte, cultura e poéticas de apropriação de espaço urbano


resumo resumo

Paulo Cezar Nunes Junior
Janir Coutinho Batista



Neste sentido, ao propormos uma intervenção artística queremos possibilitar ao sujeito outras formas de relação com o espaço público urbano, tornando possíveis diálogos capazes de despertar percepções e sentidos diferentes daqueles experimentados habitualmente. Ao nosso ver, quando existe uma possibilidade de ruptura com o papel meramente funcional do espaço, reside ali também a possibilidade de recriação da própria dinâmica social da cidade, que opera para um deslocamento do olhar do sujeito que nela habita.

Imagem 4: Espetáculo “Cabaré Circense”, na Praça Theodomiro Santiago.
setembro de 2012. Fotografia: Janine Neves.

 

Continuando no exercício de ilustrar o que temos tratado até aqui, e resgatando a ideia da perda de versatilidade das cidades defendida por Rolnik (2000), ao propormos que um velho galpão de armazém se transforme em uma galeria de artes visuais, que a praça pública receba um espetáculo de circo ou então que uma plataforma de embarque rodoviário se converta em um palco para bandas de rock, estamos na verdade pensando em novos sentidos para o lugar, em possibilidades de convívio e relação com o meio que já não são mais separadas e específicas, mas abertas a novas possibilidades, a novas apropriações (POL, 1996), a novos contatos e misturas que caracteriza uma cidade multifuncional e mais pública.

 

 

 

Conclusões e outras poéticas

O FICA é um campo aberto que enuncia possibilidades de encontros capazes de reconfigurar a dinâmica dos espaços públicos urbanos, além de fazer emergir um novo