Discursividades, materialidades e entremeios: dizeres e sentidos das artes visuais em espaços arquitetônicos na cidade de Maringá


resumo resumo

Guilherme Radi Dias
Renata Marcelle Lara



Ao mesmo tempo em que encontramos a menção ao centro, defende-se a ideia de se criar espaços com finalidade artística e cultural nos bairros, porque se entende ser mais interessante para facilitar o acesso às artes à população que ali reside. Essa ideia trabalha no imaginário de forma que se acredite, no e pelo discurso (do) urbano, ser a região central mais interessante para manter um espaço cultural, enquadrando-se a concentração espacial no controle regulatório promovido por esse discurso.

Os dizeres explicitados na pesquisa também apontam para a visibilidade da arte no espaço legitimado. O espaço expositivo localizado no Teatro Calil Haddad aparece de forma que represente a estratificação do espaço artístico. Nas formações discursivas vinculadas ao administrativo e ao institucional aparece o discurso do urbano, que, conforme Orlandi (1998), se constitui a partir da sobreposição do conhecimento urbano sobre a própria materialidade urbana (da cidade). Essa sobredeterminação do urbano, aponta Orlandi (2001), relaciona-se com um processo de hierarquização do espaço social, em que se verifica uma verticalização das relações horizontais na cidade, deixando de ser espaço material contíguo, e no qual a cidade passa a ser “urbanizada” em um movimento em que as diferenças passam a significar pela categorização em níveis de dominação, impedindo a convivência, o trânsito horizontal, as relações de contiguidade.