Arquitetura das igrejas: gestos metafóricos e metonímicos que materializam desejos inconscientes


resumo resumo

Olimpia Maluf-Souza
Fernanda Surubi Fernandes



mantem guardada, na arquitetura de sua igreja central, significações que constituem os sujeitos e os sentidos. A igreja e sua edificação significa, assim, lugar de paz, de aconchego, de refúgio, de origem, pois, tal como o Céu, ela é lugar de retorno.

Funcionamento dessa mesma ordem pode ser observado em Orlandi (2010, p. 3), ao analisar a estátua de Fernão Dias. Com a autora (idem), compreendemos que a Catedral de Cáceres-MT, “[...] se textualiza, institucionalizando-se e estabelecendo a memória que não esquece”, sobre a origem e fundação, sobre a fé, sobre a vida e a morte.

Enfim, mesmo que a Catedral de Cáceres, tal como a Notre Dame de Paris, apresente-se sem as duas torres laterais, os sujeitos, por seus desejos de infinitude e de grandeza, continuam a completá-las, interpelados por uma memória discursiva que convoca a todos a fazer dessas edificações o lugar possível de perpetuação da vida após a morte, pois, como dissemos, as arquiteturas das igrejas funcionam como metáforas dos desejos inconscientes que se materializam em objetos metonímicos desses desejos.

 

Bibliografia

 

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