Discursividades, materialidades e entremeios: dizeres e sentidos das artes visuais em espaços arquitetônicos na cidade de Maringá


resumo resumo

Guilherme Radi Dias
Renata Marcelle Lara



passando pro outro, e acabou criando essa demanda em relação ao espaço.

 

E2: Quando eu cheguei aqui, nós já tínhamos essa exposição que tá aqui, que é a Portas Abertas[9], né... que são trabalhos dos alunos de Artes Visuais do Curso de graduação de Artes Visuais da UEM, né. [...]... essa mostra, na realidade, quando ela surge, [...], ela surge como uma forma de apropriação mesmo desse espaço.[...] eu entendi que quando veio essa mostra pra cá, era uma expectativa de apropriação desse espaço. Mas por uma série de questões, eh... burocráticas, administrativas mesmo...ou até mesmo de marca de , né... que são trabalhos dos alunos de Artes Visuais do Curso de graduação de Artes Visuais da UEM, né. [...]... essa mostra, na realidade, quando ela surge, [...], ela surge como uma forma de apropriação mesmo desse espaço.[...] eu entendi que quando veio essa mostra pra cá, era uma expectativa de apropriação desse espaço. Mas por uma série de questões, eh... burocráticas, administrativas mesmo...ou até mesmo de marca de território...optou-se em não dar prosseguimento a esse... a essa estratégia. E aí só ficou essa mostra. Os alunos de Artes Visuais não trouxeram mais nada.

 

 

Conforme se observa, há os sentidos do artístico que irrompem na exposição chamada “Portas Abertas”, como que induzindo pela nominação da produção à ideia de abertura do espaço para o artístico ou de abertura do artístico no espaço. Representa uma busca pela necessidade de dizer do artístico no real da cidade, porque ele se depara com a “falta”[10] no espaço controlado pelo discurso urbano.

 

Movimentos discursivos nos espaços

Descritas as regularidades discursivas, apresentamos outro momento de nosso percurso de análise, em que, usando informações obtidas na inserção em campo e recortes de entrevistas, observamos o modo de funcionamento dos sentidos filiados, especificamente, aos discursos dos/nos espaços. Há, nos espaços elencados neste trabalho, sentidos que circulam e mobilizam sentidos outros que vêm de fora, pela inscrição do artístico, e a arte encontra formas de (se) significar (n)os espaços, o que foi possível observar quer pelas falas dos sujeitos, quer pela visualização discursiva desses espaços de inscrição do artístico.

Com relação às questões organizacionais desses espaços, o controle político está, como já foi dito, representado por duas instâncias, a Universidade e o Município.

[9] Exposição coletiva realizada em 2011, no Centro de Excelência de Atendimento à Comunidade, com participação de estudantes do curso de graduação em Artes Visuais e de artistas da comunidade acadêmica e externa.

[10] O termo é empregado, discursivamente, com o sentido de limite, de cerceamento de sentidos.