FICA na rua: arte, cultura e poéticas de apropriação de espaço urbano


resumo resumo

Paulo Cezar Nunes Junior
Janir Coutinho Batista



Imagem 1: Espetáculo de Dança “Posso dançar para você?” – Cia Domínio Público,
setembro de 2012. Fotografia: Luciano R. S. Fernandes[1].

 

Possibilitar um encontro que foge da rotina habitual ocasiona um duplo deslocamento: no sujeito que passa a resignificar sua relação com a cidade, e no espaço que se modifica a partir de um rompimento com a lógica funcional para a qual é projetado, transgredindo seus campos de controle que operam de modo a padronizar os usos e condicionar as ações do sujeito.

Ao propor outras formas de interações com o espaço urbano por meio de fazeres artísticos, tornamos possível trilhar caminhos que fazem emergir novos planos de relações. Trata-se de captar as multiplicidades de trocas que ocorrem no cruzamento entre as ações cotidianas e enxergar nelas possibilidades que permitam criar novos modos de relação com o espaço urbano. Embora a travessia entre intenção e ação possa tornar-se complexa, pois nela está implícita a ordem subjetiva de cada um, o encontro do sujeito com o espetáculo coloca em funcionamento sentidos e experiências outras à revelia da regra e imersa em poesia.

Na necessidade de escrever e principalmente de agir no tema proposto neste artigo, o exercício de fazer-se poeta se concretiza ao olhar para a realidade urbana (material e imaterial) e enxergar nela um campo de possibilidades que se reinventa a cada instante. Antecipar, trabalhar para uma transformação criativa e construída “à surdina,

 



[1] As imagens escolhidas para compor o corpo do artigo têm por intenção ilustrar a discussão teórica e esposar sua relação com algumas das intervenções nas quatro edições do FICA.