As ruas comerciais, o consumo e a vida social urbana: o universo dos ateliês da Rua Dias Ferreira


resumo resumo

Sílvia Borges Corrêa



nos discursos e na realização de atividades coletivas que agregam esses comerciantes, como os eventos organizados ao longo dos últimos anos. A rua pesquisada representa um caso em que o nome da rua confere aos estabelecimentos comerciais ali instalados uma simbologia positiva, de modo que aquela localização, por si, já representa uma espécie de garantia ou de certificação. Em outras palavras, a rua é um fator de reconhecimento a priori de qualidade; a rua é a grife e, portanto, estar naquela rua funciona como uma credencial ao estabelecimento comercial.

Além disso, diferentemente do que acontece em outras ruas comerciais, nas quais estão presentes conflitos entre diferentes atores sociais (sejam eles comerciantes, consumidores ou moradores)[1], na Rua Dias Ferreira as relações observadas tendem a ser harmoniosas, uma vez que os dois tipos de comércio predominantes apresentam complementaridade. Ateliês e restaurantes têm seus espaços bem demarcados e oferecem serviços que são complementares e não concorrentes. Além disso, embora a rua tenha um grande fluxo de consumidores por conta da presença desses estabelecimentos comerciais, a Dias Ferreira mantém uma dinâmica que garante um cotidiano urbano relativamente tranquilo para seus moradores

 

Referências bibliográficas

3R Studio Comunicação. s/d. Palm Beach: moda & estilo. Rio de Janeiro.

AMALEBLON. <http://www.amaleblon.com.br>/. Consult. 06 de fevereiro de 2013.

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[1] Essa relação conflituosa foi percebida em outra pesquisa, realizada pela autora, sobre a Rua do Lavradio, localizada no bairro da Lapa, região central da cidade do Rio de Janeiro, em que antiquários e bares/restaurantes desenvolveram, nos últimos anos, uma relação de conflito de interesses, confronto e competição. No Rio de Janeiro, existem também outras ruas comerciais nas quais os conflitos se estabelecem entre os comerciantes com estabelecimentos legalizados e comerciantes ambulantes não legalizados, entre os comerciantes (legalizados ou não) e os moradores, mas este não é o caso da Rua Dias Ferreira.