Discursividades, materialidades e entremeios: dizeres e sentidos das artes visuais em espaços arquitetônicos na cidade de Maringá


resumo resumo

Guilherme Radi Dias
Renata Marcelle Lara



Definindo em termos discursivos, o científico, ligado ao institucional, dá abertura ao artístico para se integrar, se adequar aos sentidos mobilizados pelo espaço do museu, dentro de sua proposta de interdisciplinaridade (vigorando aqui o sentido de diálogo entre diversas áreas do conhecimento e da produção humana).

Considerado como espaço que é constitutivo do real da cidade, o artístico encontra abertura no urbano para neste poder se significar. Com relação às características discursivas do espaço, voltamo-nos à observação do enunciado do sujeito, ao citar propostas artísticas que aconteceram ali:

 

E3: [...] qualquer trabalho aqui, [...] vai permitir um diálogo com os propósitos do museu, porque o museu, a proposta dele é ser interdisciplinar. [...] houveram [sic] várias exposições que elas na verdade, elas tinham uma conversa, vamos dizer assim, maior com temáticas que vão tá acontecendo aqui dentro do, do museu. O M. M., por exemplo, uma vez fez uma mostra chamada ‘Em extinção’, [...] ... a gente pretende, no futuro, fazer uma exposição sobre a depressão. [...] A T. M.[13] fez uma coletânea de fotografias também, sobre uma exposição que a gente fez sobre a Patagônia, né, já que a gente tem... um dos projetos do museu , de museu pra museu, que a gente organiza viagem, pro Rio de Janeiro, pra Patagônia e tal, né.

 

No Museu de História e Arte Heleton Borba Cortes, observamos que os espaços expositivos, nos dois pavimentos do Teatro Calil Haddad, possuem dimensões amplas, e tiveram, no período de observação, a inscrição artística de obras de escultura, pintura, desenho, inclusive instalações, em ambas as salas. Nas diversas exposições, o espaço foi configurado de maneiras diferentes, para dispor as produções. Focando as particularidades do surgimento do espaço, visualizamos o trânsito de sentidos que ali acontece:

 

E4: [...] ele em princípio, era um museu mais voltado pra história. [...] hoje ele tem mais exposição artística do que histórica... [...]. Mas a procura por exposição artística é maior.

 

Apesar de não termos observado elementos, no espaço, com valor simbólico ligado à questão histórica da cidade de Maringá, há dizeres, enunciados por outro sujeito, que permitem visibilizar os sentidos do discurso sobre o mesmo:

 

A3: Eh, eu já... expus, no... no Teatro Calil Haddad, no espaço que é dedicado ao... é o Museu de História de Maringá [...], lá as exposições são mais voltadas a coisas que carregam essa, esse elemento ligado à história, né. A memória da cidade, esse tipo de coisa.

 

 

[13] Cf. nota anterior.