Discursividades, materialidades e entremeios: dizeres e sentidos das artes visuais em espaços arquitetônicos na cidade de Maringá


resumo resumo

Guilherme Radi Dias
Renata Marcelle Lara



locais da pesquisa, obtidos via observação em campo, em contraponto com os enunciados dos sujeitos do grupo de pessoas encarregadas desses locais, articulando com os enunciados de sujeitos dos outros grupos.

Para fins de resguardar a identidade nominativa dos sujeitos entrevistados durante a pesquisa, estes são identificados, neste texto, apenas por nomenclaturas, adotadas de acordo com os grupos pesquisados. Desse modo, apresentamos os sujeitos pertencentes ao grupo de Artistas Plásticos como A1, A2 e A3. Os sujeitos do grupo de Gestores/Produtores são identificados como G1, G2, G3, G4 e G5. Para os sujeitos do grupo de Encarregados, adotamos as siglas E1, E2, E3, E4, E5. Os enunciados das entrevistas realizadas com os sujeitos se dão em condições de produção ligadas à cidade de Maringá.

Partindo de uma perspectiva discursiva, focalizamos seis espaços da cidade maringaense. O dispositivo analítico possibilitou a observação de que, nos espaços aqui elencados, há sentidos em circulação que, por seu turno, mobilizam sentidos outros, que vem de fora, pela inscrição material do artístico. E a arte encontra formas de (se) significar (n)os espaços; o que foi possível observar, quer pelas falas dos sujeitos, quer pelo olhar discursivo sobre estes espaços de inscrição do artístico.

Consideramos, neste percurso, a relação das artes visuais, enquanto prática discursiva, com os espaços arquitetônicos como mobilizadora de sentidos. Há inscritos nesses espaços, ao mesmo tempo, sentidos provenientes de discursos da própria cidade. Esta, segundo Orlandi (2004), é espaço significante, investido de sentidos e sujeitos, produzidos em uma memória, entendendo-se assim que, ao fazer certos gestos em relação à cidade, é possível ou não transformá-la, modificá-la. A autora expõe, ainda, que “a materialidade simbólica da cidade é contida na/pela urbanização”, o que ocasiona em “uma redução significativa da cidade e do social ao urbanizado” (ORLANDI, 2004, p.64). A materialidade própria da cidade, ainda conforme Orlandi (1998), tem “ancoragem simbólico-política na quantidade”, esta constitutiva do processo de significação citadina e da cidadania, e “se metaforiza nos diferentes gestos de interpretação da cidade em seus diferentes modos de significar nos sujeitos e na história” (ORLANDI, 1998, p.04).