FICA na rua: arte, cultura e poéticas de apropriação de espaço urbano


resumo resumo

Paulo Cezar Nunes Junior
Janir Coutinho Batista



uma rede de estados e de papéis através dos quais ele deveria passar sua conduta individual e coletiva. Neste mecanismo, haveria a construção de uma subjetividade própria e coletivamente conectada para uma utilização comum do espaço urbano, subjetividade essa que determinava constrangimentos a nível espacial (GUATTARI, 1985, p. 109) colocando pouco a pouco cada elemento no seu devido lugar: a rua convertendo-se apenas em espaço para circulação de automóveis, a casa como local seguro e individualizado, as praças e áreas verdes de uso comum como zonas de periculosidade e as rotatórias de trânsito como vazios urbanos.

Se por um lado existe uma lógica tecnicista individualizante que determina a organização das cidades, por outro lado há elementos que fazem emergir novas possibilidades de reconfiguração das normas postas, tal qual acena o conceito de transindividuação (SIMONDON, 1958), das apropriações feitas do ambiente pelo sujeito (POL, 1996), e da produção do espaço material e imaterial (SANTOS, 2002) - exemplos de possíveis caminhos para pensar o processo de subjetivação que constitui o encontro sujeito e espaço.

 

Imagem 2: Show no “Palco Rockatória”,  rotatória de trânsito (Praça Olinto Vilela),
setembro de 2013. Fotografia: Emiliane Paixão.