Da relação sujeito, religião e estado: O discurso da liberdade e das letras na cidade


resumo resumo

Eliana de Almeida



patrimônio de Iepê, mas não era Iepê não, era patrimônio da Liberdade. Ali podia ir católico, crente, espírita, sem religião, todos podiam sepultar ali e morar também. (Documentário Iepê: há 90 anos uma Terra para Todos - M. A. Oliveira).

Nos enunciados acima, a ênfase na definição da cidade pelo significado do termo em tupi-guarani Liberdade atualiza a querela religiosa como uma história de interdição, proibições, em que o espaço público era, de certo modo, administrado pelos ideais de unidade entre o Estado e a Igreja, produzindo o efeito de separação entre os concidadãos brasileiros. Ao propor uma leitura discursiva sobre a relação cidade e escola, Orlandi (2004) atesta a sobredeterminação do discurso urbano em relação ao real da cidade e considera a verticalização das relações humanas como um dos modos de seu funcionamento. Para a autora, essa verticalização produz as diferenças em níveis de dominação, impedindo a convivência e o trânsito horizontal, cuja organização social reflete no espaço da cidade essa verticalidade da ordem urbana, separando regiões, determinando fronteiras, dividindo desigualmente os direitos que são de todos e, ao mesmo tempo, como Estado, estabelecendo políticas de consenso e ética. A cidade significa-se assim pela via da contradição entre o social e o urbano.

Ainda, como parte do material de leitura, trazemos as fotos da cidade de Iepê, a partir das quais focamos os templos da Igreja Católica e da Igreja Presbiteriana Independente como marcas, monumentos definidores da cidade, no modo como se projetam no espaço urbano:

 

  

          Foto 1 Portal da Prefeitura Municipal de Iepê                    Foto 2 Portal da Prefeitura Municipal de Iepê

 

A nosso ver, esses templos em evidência demarcam um estranhamento produtivo às questões que nos interessam, se os tomarmos na relação com a cartografia das cidades outras que povoam a região oeste paulista. À distância, sem o reconhecimento dos signos que marcam o catolicismo em relação ao protestantismo, como por exemplo,