Da relação sujeito, religião e estado: O discurso da liberdade e das letras na cidade


resumo resumo

Eliana de Almeida



a cruz ao topo da torre[9], poder-se-ia supor a partir da projeção desses templos /Iepê tem duas catedrais/igrejas matrizes/templos católicos/, dada a exuberância de suas construções em quase iguais proporções. Uma memória da arquitetura sacra coloca-se certamente como um já-dito a significar diferentemente esses templos em Iepê.

Para nós, o estranhamento concerne às práticas discursivas e às relações do sujeito católico e do presbiteriano com o templo, que se dão historicamente de modos distintos na sua materialidade. A cúpula pontiaguda do templo católico e a arredondada do templo presbiteriano, consideradas como marcas que definem na história da arte sacra um modo e/ou outro de arquitetura, põem, de modos distintos, o sujeito-fiel na relação com o mundo sobrenatural. Contudo, é da projeção do templo presbiteriano independente, particularmente, e dos efeitos de sentido que produz enquanto monumento para a/na cidade, como materialização de contradições discursivas, paráfrase e polissemia, repetição e ruptura de práticas discursivas religiosas, que também nos ocuparemos nesses estudos.

 

           

       Foto 3Portal da Prefeitura Municipal de Iepê                          Foto 4 – Templo Presbiteriano Independente

                                                                                                                                                   (Foto cedida por F. A. A)

 

O conjunto desse material de leitura, tomado a partir de um olhar discursivo na sua relação com a história, constitui o espaço de funcionamento e compreensão do excesso de dizeres sobre a fundação da cidade, ligado à construção do templo presbiteriano, tomado aqui como um monumento, nos termos de Foucault (1995). Por



[9] O protestantismo, herdeiro das teses luteranas, ofusca a beleza aparente dos templos, transferindo a representação deste lugar sagrado para o sujeito-fiel, enquanto templo e lugar da habitação divina, e, porque alia a ressurreição de Cristo aos sentidos de vitória, suplanta a cruz enquanto símbolo direto ao remetê-la à morte, vindo a suprimi-la das construções dos templos, sendo raras as facções que mantem tal tradição.