Com relação às artes visuais em Maringá, evidencia-se nos recortes que, mesmo quando determinados sujeitos, nos seus dizeres, assumem um posicionamento de forma a discorda de tal pensamento, está presente o imaginário sustentando a ideia de que nessa cidade não há um grande público interessado por arte, justificando, possivelmente, a falta de ações culturais.
Ao se considerar a discursividade urbana e a expressividade simbólica das artes visuais, observamos funcionar formas de regulação pelas quais o discurso urbano busca se sobrepor ao real da cidade. Apontando a cidade sob uma perspectiva discursiva, em que essa é compreendida como espaço simbólico, depreende-se a ocorrência de uma sobreposição do urbano à cidade, de tal maneira que “o discurso do urbano silencia o real da cidade” (ORLANDI, 2001, p.13). O discurso do urbano, conforme Orlandi (1998), seria o discurso que se constitui a partir da sobreposição do conhecimento urbano sobre a própria materialidade urbana (da cidade).
Consideramos, para fins de análise de nosso corpus, que esse discurso urbano é representado por duas instâncias administrativas, que são a gestão municipal e a gestão universitária, existindo em ambas o controle burocrático, que vai, ao mesmo tempo, permitir determinados sentidos e silenciar sentidos outros.
Identificamos, assim, como regularidade, nos dizeres, o controle politico-administrativo, que tem suas marcas materializadas nos recortes que seguem: