“No carnaval a fantasia é minha. O corpo é meu”: memória e rupturas feministas na folia
Dantielli Assumpção Garcia Lucília Maria Abrahão e Sousa
cotidianas de “fazer brincadeiras” com o corpo feminino como formas de violência é outro deslocamento importante que aqui gostaríamos de pontuar. O que antes era tido como coisa cotidiana ou brincadeirinha para o discurso estabelecido como natural, aqui passa a sofrer rachadura ancorado pelos significantes “crime” e “estupro”. Isso estabelece o lugar da lei como parte da sustentação dos direitos da mulher, a lei e os direitos, a lei e as sanções para aqueles que atravessarem o sinal vermelho. Ao falar em crime, a mulher coloca-se amparada pelo poder de ter direitos, de reconhecê-los como seus e de conhecer os abusos como crimes, o que inscreve uma posição absolutamente outra em relação a atos antes traçados como brincadeiras aparentemente inofensivas.
A Marcha das Vadias de Recife também busca romper com certos dizeres sobre a mulher negra e com o imaginário sobre ela estabilizado pelo discurso midiático. Vejamos.