Análise do discurso da arqueologia preventiva na Folha de S. Paulo: A Casa Bandeirista do Itaim


resumo resumo

Glória Tega
Rodrigo Bastos Cunha



Quando ele silencia o discurso da Portaria 230 do IPHAN ou de arqueólogos, por exemplo, “há uma declinação política na significação que resulta no silenciamento como forma não de calar, mas de fazer dizer ‘uma’ coisa, para não deixar dizer ‘outras’. Ou seja, o silêncio recorta do dizer. Esta é sua dimensão política” (ORLANDI, 1992, p. 55).

Outro traço de discurso heterogêneo pode ser encontrado na matéria “Construtora continua obra em ruína histórica de SP”, publicada em 07 de maio de 2009, que trata de um acordo firmado entre a construtora Brascan e o Ministério Público Federal. Algumas partes desse texto são muito parecidas com de trechos já anteriormente publicados na matéria “Justiça barra obra ao lado de ruína histórica”; há, assim, um “requentamento” (ORLANDO, 2010, p. 08) dos discursos presentes na matéria. O primeiro dos fragmentos reproduzidos abaixo é parte da matéria “Construtora continua obra em ruína histórica de SP” e o segundo pertence à matéria “Justiça barra obra ao lado de ruína histórica”. Observe:

Protegido por lei federal por ser considerado sítio arqueológico, o terreno onde foi instalado o canteiro de obras destinado a levantar uma torre comercial e construir uma praça faz parte do entorno do sítio Itaim, construção do século 19. Atualmente em ruínas, o sítio é tombado pelos patrimônios históricos do Estado e do município.

 

Protegido por lei federal, o terreno onde foi instalado o canteiro de obras destinado a levantar uma torre comercial e construir uma praça faz parte do entorno do sítio Itaim, uma construção do século 19, hoje em ruínas, que foi tombada pelos patrimônios históricos do Estado e do município.

 

Outra voz presente nesta matéria é um texto publicado na seção “notícias” do site do Ministério Público Federal[1], no dia 06 de maio de 2009, um dia antes da matéria publicada na Folha. Buscamos esse texto para tentar descobrir qual era a origem dos discursos presentes nesta matéria.

Lendo o texto do Ministério Público Federal é possível notar que o repórter usou vários trechos dele para construir seu discurso.

O primeiro fragmento abaixo é a reprodução de parte do texto publicado pelo Ministério Público Federal. O segundo corresponde à parte da matéria publicada pela Folha relacionada a esse texto. Em ambos, os grifos são nossos: