Revista Rua


Divulgação monstra: pulsações por entre vida, caos e política
(Monster divulgation: pulse through life, chaos and politics)

Susana Oliveira Dias

tentarem entender seu funcionamento, e experimentando ações em conjunto. Houve tentativas de experimentar o próprio corpo e de colaborar como um corpo só. No conjunto de televisores, onde não era possível isolar o input da multidão, a interatividade não era notada, a menos quando mencionada, apesar da mudança na velocidade de repetição da imagem estar ocorrendo juntamente com o ritmo de caminhada e movimento dos observadores. Tínhamos alcançado aqui um sujeito/multidão ativo, porém inconsciente, alterando a mensagem. Restava apenas juntar essas interfaces ao VJing para atingir os “agentes polinizadores”, permitindo a movimentação necessária para comunicação e também a ressignificação consciente juntamente à inconsciente (LA TORRE; AMORIM, 2009: 3).

Na tela de projeção, a partir do movimento da água proporcionado pelo toque das pessoas eram criados monstrinhos. Esses “monstrinhos” eram compostos pelo alinhamento de três imagens que se relacionavam às partes do corpo: “cabeça”, “tronco” e “membros inferiores”.
Monstrinhos criados pelos visitantes em instalação do artista Thiago La Torre que fez parte do
evento: Num dado e-vento: biotecnologia e culturas em vãos, texturas, cores, sons, sombras...
 
Em outro espaço da Estação Guanabara acontecia também uma montagem de “monstrinhos”, em uma mesa com o “material biotecnológico” disponível: “modelos” para os monstrinhos[1], revistas, imagens, palavras, canetas coloridas, cola, tesoura. Os monstrinhos criados pelo público, muitas vezes, escaparam e/ou ignoraram o modelo sugerido. Romperam com um corpo-monstro, tradicionalmente horripilante. Escaparam


[1] Um pedaço de sulfite onde constava o logotipo do e-vento e três retângulos que indicavam as partes do “corpo” do “monstro” a ser montado.