Revista Rua


Divulgação monstra: pulsações por entre vida, caos e política
(Monster divulgation: pulse through life, chaos and politics)

Susana Oliveira Dias

que circulam pelas ruas, exposições, calçadões, supermercados, clínicas, pet shops, zoos, museus. O público deixou de ser pensado apenas pela possibilidade de entendimentos, de como os sujeitos recebem, percebem, aprendem, apropriam-se, para tornar-se aquele/aquilo com que/quem estabelecemos encontros. O público não como outro sujeito. “Não é um outro sujeito, é antes o sujeito que se torna um outro...” (DELEUZE; GUATTARI, 1992: 45).
 
(...) uma paisagem em que o humano seja a referência principal, embora a organicidade (total, completa ou única) não seja sua maior expressão: em outras palavras, consideramos idéias, sons, letras, imagens, reações, novamente fragmentos e efemeridades da percepção (...). Nessa direção, consideramos o público – as pessoas, a mídia, as instituições, a multidão, as representações e as concepções etc. – como um forte aglutinador do quequeremos buscar como indicadores em nosso projeto, e avaliar os fluxos que o atravessam, dele partem e passam com ou sem efeitos visíveis (VOGT et al., 2008:  296-298).
 
 
O evento no CIS-Guanabara contou ainda com outras instalações, que se espalhavam pelos “cantos” do grande armazém de café, na antiga estação de trem de Campinas: Palavra quase-dada: poemar (túnel de fotolitos, luzes, imagens e palavras na entrada do evento); Sons ao e-vento[8] (trilha sonora criada pelo músico João Arruda); Retratados dados (canto dos computadores e explorações com porta-retratos); Reflexões em composição (brincadeira com espelhos e projeções); ProliferAções (projeções num labirinto de tules); Tecnologias em ex-posições (criação com cacarecos tecnológicos e projeções); Um lance de dados[9](pequenos dados em papel, com imagens e palavras, criados pela designer Fernanda Pestana, que foram montados pelo público para jogar e “poemar” a partir da pergunta: Que palavra você levaria para o futuro dos humanos?); Suspensões em CorPoSição (bexigas com luzes coloridas em que se escreviam um poema com palavras que saíam nos dadinhos e que seriam levadas para o futuro dos humanos).[10]


[1] Ficha técnica: Título: Sons ao e-vento. Composições, programação, efeitos, vocais, violão e percussão: João Arruda. Gravações: João Arruda e Pedro Romão. Mixagem: Pedro Romão e João Arruda. Masterização: Pedro Romão. Narração: Carlos Francisco Valverde; Cristina Bueno; Elenise Cristina Pires de Andrade e Marcelo Lírio. Participação Especial: Alexandre Lemos na percussão corporal e efeitos vocais. Gravado, mixado e masterizado: estúdio da Valverde Arte & Cultura. Disponível em: http://www.labjor.unicamp.br/biotecnologias/calcadao/?page_id=565
[3] Outras imagens e produções dos visitantes da instalação podem ser vistas no site: www.labjor.unicamp.br/biotecnologias/calcadao.html