Revista Rua


A ironia exacerbada vira nada. Nada? Incômodos com Narradores de Javé
The extreme irony becomes nothing. Nothing?Troubles with Narradores de Javé

Wenceslao Machado de Oliveira Jr

decepcionado (como eu), uma vez que o filme repete clichês. Comunidades na rota de desapropriação de suas terras devido à construção de novas barragens de rios tomam o filme como elemento aglutinador das preocupações comuns. Um filme que tem potência para mobilizar aqueles que irão se deslocar para as águas poderem energizar outras paragens.
Um filme que toma os narradores como divulgadores de algo importante: uma origem. Estaria este filme nos dizendo da importância dos profetas na disseminação de Cristo e seu pai, deus Yaweh? Afinal, é o local e o povo de Javé que se manifestaram e se proliferaram em todos: personagens que esperam o barco ou tomam cerveja, espectadores que esperam o filme terminar para tomar cerveja. Qual a mensagem então? Qual a moral? Ouçam o sino: ele lhes avisará o dia do destino final.
Mas enfim cada um escolhe a negociação que fará no jogo político onde o poético é apenas parte das apostas.
E mais enfim ainda, os incomodados que se mudem... porque “a ironia é o que se partilha melhor”(JEUDY, 2001, p.13).
 
Referências bibliográficas
JEUDY, Henri-Pierre. (2001). A ironia da comunicação. Porto Alegre: Sulina.
 
Filmografia
Narradores de Javé, Eliane Caffé. Brasil, 2003.