Revista Rua


Linguagens perdidas de divulgação científica: simulacros e artesanatos
(Lost languages of science dissemination: simulacra and handcrafts)

Peter A. Schulz

se refere ao Kit “Engenheiro Eletrônico”, disponível no Brasil nos anos 1960 e 1970) podem ser obtidos no sítio http://ee.old.no/library/ .
Hoje a Phillips não fabrica mais esses kits, que foram assumidos pela indústria de brinquedos Schuco em meados dos anos 1980, que também descontinuou a série. A Editora Kosmos ainda está ativa nessa área, mas com linhas de produtos em geral mais simples do que as disponíveis até a década de 1980. Em geral o número de fabricantes reduziu-se e os kits de experimentação há muito não são mais os “presentes perfeitos de aniversário ou Natal” numa era de iPhones. É importante ressaltar que passeios pelas lojas de brinquedo brasileiras revelam a presença eventual de alguns kits simples, mas que não apresentam continuidade ou possibilidade de novas etapas, como, por exemplo, na linha dos kits da Phillips. Uma exceção, no Brasil, é o jogo clássico “Alquimia” da Grow, com presença contínua nas prateleiras há décadas.
 
CONTRIBUIÇÕES BRASILEIRAS AOS KITS CIENTÍFICOS: UM CONVITE PARA O RESGATE DA MEMÓRIA
 
No contexto brasileiro um marco importante é a primeira Lei de Diretrizes e Bases para a Educação sancionada em 1962, que abria um espaço maior para o ensino de ciências. Algumas iniciativas de desenvolvimento e difusão de kits de experimentação, estimulados por esse novo espaço para o ensino de ciências são dignos de revisão e discussão. Duas instituições protagonistas são o IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura), criado em 1946 e a FUNBEC (Fundação Brasileira para o Ensino de Ciências) criada em 1967. Sem entrar em detalhes da atuação de ambas as instituições no desenvolvimento de material didático e de kits de experimentação para o ensino de ciências, tanto para nível fundamental, quanto para o médio (GOUVEIA, 1995); volto-me um pouco para a memória da minha infância e o contato com os kits de experiências desenvolvidos pela FUNBEC e que podiam ser adquiridos em lojas, ou seja, fora do ambiente de ensino formal. É notável como se diluiu a memória dessa experiência, pois existem poucos registros na web desses kits. O único que conservo é um interessante “jogo que aprende”, um “computador”, chamado Gabriela I, lembrado também em um blog: http://dqsoft.blogspot.com/2008/09/funbec-e-os-kits-cientficos.html. Talvez inspirada por