Revista Rua


Você gosta de livro? Você é um intelectuário? Você é uma traça? Então aqui não tem nada da sua conta.
Do you like books? Are you an intellectual? Are you a bookworm? Then, that?s not your business anyway

Luisa Dias Brito

primordial, isto é, o não-construído, o não-instituído [...] A natureza é um objeto enigmático, um objeto que não é inteiramente objeto; ela não está inteiramente diante de nós. Ela é o nosso solo, não o que está diante, mas o que nos traz.
 
Que possibilidades se abrem com esse pensamento? Que torções esse pensamento provoca nas nossas formas de viver? De que maneira nós temos nos relacionado com essa natureza que nos traz?
 
Tereza olha para elas com ternura e pensa (é uma ideia que a assalta irresistivelmente de dois anos para cá) que a humanidade é um parasita da vaca, tal como a tênia é um parasita do homem: está presa às suas tetas como uma sanguessuga. O homem é um parasita da vaca – seria certamente a definição que a zoologia de um não?homem daria do homem (KUNDERA, 2011).
 
Tereza, Frida, Chagal, Antônio Biá, Kundera, Karenine, Autran, Zaqueu, vacas, homens, mulheres, montes, vales, planícies, árvores, flores, ervas, rios, pedras, Pessoa(s)... Fios que costuram vidas. Constelações produzidas imersas em dores, feridas, alegrias, ternuras, cuidados, raiva, sangue, crueldade. Constelações pulsantes. “Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”