Revista Rua


Você gosta de livro? Você é um intelectuário? Você é uma traça? Então aqui não tem nada da sua conta.
Do you like books? Are you an intellectual? Are you a bookworm? Then, that?s not your business anyway

Luisa Dias Brito

O Projeto “Olhares Cotidianos da Certificação Turismo Carbono Neutro: logos e grafias de uma transformação na APA Itacaré-Serra Grande/BA”[4], desenvolvido pela equipe de professores, técnicos e artistas da Instituição Movimento Mecenas da Vida e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), aposta na possibilidade do encontro com a fotografia para potencializar a busca de caminhos para pensar as questões socioambientais presentes e vivenciados pelas pessoas (os membros das famílias dos agricultores tradicionais, os empresários, a comunidade local e os turistas) que habitam aquela localidade.
 
A partir dos olhares cotidianos dos protagonistas (agricultores, esposas e filhos, assim como os empresários certificados) propõe-se uma inovação na avaliação desta tecnologia uma vez que serão eles mesmos que expressarão o que é a Certificação Turismo CO2 Neutro e as transformações construídas/conquistadas em suas vidas. Conhecimentos e vozes em fotografias que não serão fonte de pesquisa e ou análise no que diz respeito a serem traduzidas ou interpretadas, mas com elas, as imagens, produzir, compartilhar e inventar expressões dos conhecimentos, das relações entre os seres humanos e o ambiente em que vive (ANDRADE et al, 2010, p.5).
 
Nesse projeto, a relação com a fotografia deixa de ser aquela da representação e passa a ser a da criação de sentidos e de escuta. Uma vontade de aberturas de caminhos para uma (trans)formação, apostando na leitura como formação e na formação como leitura. O que será que dizem as fotografias aos agricultores e suas famílias? Que relações de escuta são estabelecidas? O grupo de executores do projeto acredita que a potência do trabalho com as fotografias está na abertura para o “poemar o cotidiano”: “poesia também como forma de registro e possibilidades de avaliação de práticas do dia a dia, de despertar o político na expressão dos saberes, sejam quais forem os sujeitos/praticantes/produtores desses conhecimentos” (ANDRADE et al, 2010, p.8).
 
Porque a arte foge às determinações pré-estabelecidas e, ao mesmo tempo, nos impele a decifração dos signos que faz brotar os sentidos, libertando singularidades de vida, de gente, de lugares, de almas perdidas a sonharem... (ANDRADE; FARIA, 2010, p. 14)
 
... a florescerem...
Arte, cinema, literatura. Encontrar-se com... Perder-se... As imagens e as escritas aqui trazidas me fazem pensar que o político está no imbricamento do mais pessoal com


[4] Edital nº015/2009 “Apoio a Tecnologias para o Desenvolvimento Social” da Fapesb.