Revista Rua


Imagi-nando multiplicidades entre-tempos/lugares: um olhar sobre o filme Narradores de Javé
Imaging multiplicity between places/time: a perspective about the film Narradores de Javé

Giovana Scareli

“sabido” do povoado – porque era alfabetizado, portanto sabia ler e escrever – ouvirá os relatos e, fazendo uso da escrita, colocará cada palavra em um livro.
A cidade, composta por analfabetos, tinha apenas um morador, um renegado da cidade, que poderia ajudar. Desse modo, outros temas são suscitados: o problema do analfabetismo e do analfabetismo funcional, a importância da escrita como recurso não só da linguagem, não só como uma habilidade, mas como forma de comunicação, escrita com a finalidade argumentativa para “salvar” um povo.
            Nesta busca pelos moradores que poderiam contar a história do povoado, outra camada de filme entra em cena. A história que essas pessoas contam e se colocam como os personagens fundadores do Vale de Javé. Novos temas nos são possibilitados: uma necessidade de se mostrar importante, uma forma de sair de uma vida tão simples e pacata e se tornar um bravo guerreiro/guerreira, alguém admirável em seu povo.
 
Mitos
            Nesta terceira camada, temos quatro mitos ou lendas da fundação de Javé contados pelos personagens Vicentino, Deodora, Firmino e pelo Pai Cariá.
            Vicentino apresenta um homem de nome “Indalécio” que conduz seu povo para recobrar as terras que, por direito, eram deles. A história contada é de bravos guerreiros e a imagem deste homem destemido se aproxima de São Jorge. A história é vitoriosa, mostrando a bravura deste povo guerreiro, do qual ele é descendente direto.
 
 
 
           
 
 
 
 



Figura 1 - Imagem de Indalécio contada por Vicentino.


Para Deodora a história é um pouco diferente. Segundo esta personagem, Indalécio morreu durante a busca por Javé e é Mariadina que irá conduzir o povo. Ela