Pêcheux, o sentido da palavra não está ligado a sua literalidade, uma vez que este se estabelece em relações de metáfora que acontecem no interior das formações discursivas em sua transitoriedade histórica.
Em nosso caso, uma imagem por outra em seus sentidos embebidos em religiosidade: a beata Nhá Chica está pela imagem de Nossa Senhora da Conceição. Metáfora cujos sinais se entrevê na forma como ela mostra-se na fotografia, com seus rastros simbólicos no discurso religioso, o gesto de votos de pobreza posto ao corpo sob a forma de simplicidade.
A partir da análise da fotografia, podemos apreender a força do discurso da fé encarnada que envolve Nhá Chica. O não-verbal desliza com seus sentidos e se liga na rede do funcionamento da memória discursiva já que é através desta que dizeres sobre Nhá Chica fazem sentido.
Através do não-verbal podemos perceber que há na fotografia a resistência, a subjetivação e a identificação da beata apontando para um modo de produção do seu discurso fotográfico, em que se figura um sujeito historicamente constituído. Nhá Chica resistiu porque foi afetada constitutivamente por outros sentidos. Sua resistência possibilitou o movimento de sua identidade configurar-se como algo que entrou para a história de Minas Gerais.
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