Revista Rua


Hoje tem marmelada ... pelo debate sobre a medicalização da infância e da educação no Brasil
Today has marmalade ... The debate over medicalization of children and education in Brazil

Renata Chrystina Bianchi de Barros

 

ambos os sexos e de diferentes idades, organizados, sujeitos a ideias comuns, valores e culturas, elaborando e apropriando-se de ideias a fim de que possam experimentar o mundo através de instituições sociais através de objetivações primárias (cf. ORLANDI, 2012), nas relações sociais vigentes na família, a escola, a igreja entre outras.
Pensamos que é no espaço ideológico da sociedade que se dão as relações e manifestações culturais das quais resultam a condição humana, afetadas pela cultura (ARANHA, 2006), possibilitando a constante transformação do Ser-Humano, uma vez que os acontecimentos e os campos de significação se transformam numa dependência da administração pelo Estado. É pela administração pelo Estado que se dá, sob determinada condição de produção, a individuação do sujeito.
Saber do desenho da Pessoa partícipe desta escola contribui para o direcionamento das ações pedagógicas, em especial, para a minimização de ideais contraditórios e da configuração de um processo que possa contribuir para o alcance de objetivos que se pretendam realmente educacionais, sejam eles a fim de contribuir para o desenvolvimento neurofisiológico inicialmente para então possibilitar a aprendizagem do ensino do conteúdo escolar, como fazem educadores numa linha teórica behaviorista (BOCK et al, 2008) ou, seja para estabelecer um cenário no qual se possa auxiliar o desenvolvimento humano para a sua emancipação, para a sua transformação num desenvolvimento acompanhado da aprendizagem, que possibilite o homem ser autor da sua existência através do saber sócio-político-social contemporâneo a ele, como fazem educadores numa linha teórica sócio-histórica.
Ao passo das transformações sociais, a história recobre os sentidos das instâncias escola-pessoa-sociedade. Estas se articulam e transpõem seus sentidos, modificando os objetivos umas para com as outras, passando a almejar soluções práticas que alicercem a competência e as habilidades para a construção de um futuro próspero para a nação, decompondo a escola pelo estabelecimento de uma nova relação do homem com o conhecimento e de um novo olhar da sociedade para a infância na sua relação com o futuro (BOTO, 2001).
No mundo moderno, a infância é também tema de elaboração de documentos jurídicos que visam à proteção da sua integralidade e posicionam o infante como sujeito de direito. Nesta concepção, alçamos sentidos da condição da existência humana prevendo noções de moral e ética estabelecidas por motivações sociais. Nestas condições estão mobilizadas ideias de bem e mal para que a convivência entre os homens seja possível.