Revista Rua


A contrapelo: incursão teórica na tecnologia - discurso eletrônico, escola, cidade
Against the grain: theoric incursion in the technology - eletronic discourse, school, city

Eni Puccinelli Orlandi

(ZEN, 2007), mas com sua materialidade diferente ela constitui um objeto simbólico, significante, diverso e que produz efeitos de sentidos específicos a sua forma e sua materialidade. Como tenho dito, há uma abertura do simbólico e as diferentes linguagens, as diferentes materialidades significantes atestam esta abertura pela suas distintas formas de significar, produzindo seus efeitos particulares.
            A questão, então, é: como significam estas diferentes formas materiais no discurso eletrônico? Como o discurso eletrônico arregimenta sentidos a partir da convivência dessas diferentes materialidades significantes, destas diferentes textualidades na produção de seus efeitos (do discurso eletrônico) de sentidos?
            Esta é uma abordagem absolutamente inicial, mas se há algo que já posso adiantar é que, da perspectiva discursiva, o que há na relação dessas formas materiais significantes distintas certamente não é simples adição. É uma relação muito mais complexa e que aguarda explicitação. E, habitualmente, o que acontece é que há uma determinação ideológica do verbal sobre o não-verbal, achatando as especificidades. Como se fossem meras adições, soma. No entanto, uma imagem posta junto ao verbal, no digital, não deve ser simples exercício de ilustração, mas significação atestando a abertura o simbólico, dispersão de sentidos.
 
AMBIÊNCIA E CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO
Podemos pensar o “espaço” face à cidade como parte das condições de produção que constituem a prática significativa da/na cidade. Daí resulta que o espaço urbano, enquanto parte das condições de produção de sentidos, tem suas características e configurações próprias.