que o problema também era não (se) perder, atingir o momento em que não mais pudéssemos distinguir o salvar e o perder.
Escrita saiu dali com um intenso desassosego após experimentar aquela curva poética e ouvir os gritos dos signos-intensidades lançados ao vento, palavras que escolhem um destino Incerto, que clamam por uma Involução revolucionária. “Ópios, édens, analgésicos.
Não me toquem nessa dor. Ela é tudo que me sobra. Sofrer vai ser a minha última obra. Ela é tudo que sobra. Viver vai ser a nossa última obra”
[2]. Murmurava várias e várias vezes: o Poeta só podia mesmo ficar Fora da cidade… o Poeta só podia mesmo ficar Fora… o Poeta só podia… o Poeta só… o Pó… Deserto na representação. Reduzida a pó, Escrita era levada pelos fluxos de ventos, águas, cores, sensações... Perdia os contornos, as definições, as
orgãonizações... atingia uma espécie de estado embrionário, larvar, em que sabe-se lá o que vai dar...