Revista Rua


Dos olhos aos olhares, de Javé a Taboquinhas, uma mesma Bahia a fabular imagens na busca por escrever livros e perpetuar memórias
From the eyes to the views, from Javé to Taboquinhas, only one Bahia writing a fable with images in pursuit for writing books and perpetuate memories

José de Barros Pinto Filho, Eva Arbat Baú, Tiago Tombini da Silveira

A primeira fotografia a ser questionada, mas de imediato voltada ao grupo das escolhidas, foi a da Igreja Católica de Bom Jesus da Lapa de Taboquinhas, pois o parecer contra, da bancada evangélica, não foi suficiente para a exclusão da foto.    
Igreja de Taboquinhas. Autor: Miguel Bonfim de Souza.
Numa segunda investida teriam que optar entre a foto da escola ou do hospital, duas das maiores construções de Taboquinhas privilegiadas com uma das mais belas vistas do centro do povoado e rio de Contas. Estes signos de força e presença do Estado no território revelam necessidades ímpares dos narradores de Taboquinhas. E assim estava posto o problema a todos, escolher entre a escola e o hospital, era como escolher entre a Saúde e a Educação, uma vez que as 9 outras fotos escolhidas eram irremovíveis. Para Miguel, ficou claro que os seus sentimentos para com a família e amigos, o hospital prevaleceu por melhor atender em suas necessidades e as de seus familiares. Enquanto que para Edigley, jovem, sadio e estudante, frequentador do espaço da educação, optou pela foto da escola. O que aconteceu, e que se revelou um dos mais interessantes momentos dessa etapa, é que ambos tomaram suas posições com tamanha convicção e, por terem sido os primeiros a se posicionarem, os demais praticamente se calaram, e quase nada ofereceram de suas reflexões íntimas sobre as fotos.