Revista Rua


Dos olhos aos olhares, de Javé a Taboquinhas, uma mesma Bahia a fabular imagens na busca por escrever livros e perpetuar memórias
From the eyes to the views, from Javé to Taboquinhas, only one Bahia writing a fable with images in pursuit for writing books and perpetuate memories

José de Barros Pinto Filho, Eva Arbat Baú, Tiago Tombini da Silveira

 
(...) No processo de produzir imagens e analisá-las, os sujeitos envolvidos olham para si, para o outro, e para seu entorno, num movimento de resignificação do conhecido. O trabalho com as fotografias possibilita relações entre saberes, entre vozes e silêncios: outras explorações com/nas/das imagens, possibilitando um pluri-álogo de conhecimentos, sensações, registros, memórias, divulgação. Sentimentos que nos movimentam pelas imagens e nos colocam a entendê-las como intensivas personagens na contemporaneidade (ANDRADE et al., 2010, p. 2469).
 
A partir dos olhares cotidianos de Miguel e Edigley, e pelo exercício de escolha participativa das fotografias, ficou evidente que, o que impera entre esses agricultores, esses moradores, esses narradores de Taboquinhas, além do respeito entre si, é que são herdeiros de saberes locais e ambos sabem que sozinhos não chegarão ao mar que pressentem ao longe, mas que recolhendo cada lágrima de cada olho d’água deste sertão a beira-mar, fluindo juntos, formarão um fio d’água até chegarem a ser, com outros fios, um tecido em rio. Mas eles reconhecem que são filhos da terra, de um