Revista Rua


Antropônimos em Aurilândia-Go: uma abordagem pelo viés da Semântica Histórica da Enunciação
(Anthroponims in Aurilândia-GO: an approach through the Historic Semantics of Enunciation)

Elizete Beatriz Azambuja, Weruska Fagundes Correia

Em 2000, observamos que, entre as 77 mulheres, o maior número tem como profissão “do lar”. Apenas cinco são professoras e duas estudantes. Em relação aos homens, além dos lavradores que são maioria, tivemos, entre os 64 analisados, dois técnicos, um contábil e outro de informática, dois estudantes e um bancário.
Em 2007, não ocorreram mudanças nesses dados, pois de 24 mulheres somente uma é funcionária pública, continuando a prevalecer a profissão “do lar", embora haja um aumento no número de estudantes. Verificamos que, entre os homens, predominou a profissão de lavrador e de trabalhador rural. Também tivemos um agricultor e dois estudantes, número que permaneceu em relação ao outro ano analisado. São raros os pais pertencentes a uma categoria de melhor situação econômica, visto que temos apenas um fazendeiro e um agropecuarista.

Sobre os antropônimos pesquisados

Constatamos que, em 2000, os pais mantiveram a tradição nos registros dos filhos, visto que há um número significativo de nomes de santos. Em 2000, temos 18% de nomes de santos e em 2007, 25% desses nomes. Sendo assim, observamos um crescimento de 7% desse tipo de nomes.
Temos um percentual com os nomes dos pais de 34,3% e dos filhos de 34,1%, possibilitando-nos afirmar que nos nomes dos filhos manteve-se a tradição da geração dos seus pais, enunciando nomes de santos.
Ao comparar os nomes dos filhos com os dos pais, observamos que não consta o nome “Pedro” entre os da geração mais velha. No entanto, esse nome reaparece nos nomes da geração mais jovem.
Nesse ponto, para refletirmos sobre a nomeação “Pedro”, é produtivo trazermos a noção teórica de “temporalidade”. Conforme Guimarães (2005: 12), a temporalidade do acontecimento constitui o seu presente e um depois que abre o lugar dos sentidos, e “um passado que não é lembrança ou recordação de pessoas e de fatos anteriores. O passado é, no acontecimento, rememoração de enunciações, ou seja, se dá como parte de uma nova temporalização, tal como a latência de futuro.” Ainda considerando a reflexão desse autor, é importante lembrar que o acontecimento é “sempre uma nova