Revista Rua


Antropônimos em Aurilândia-Go: uma abordagem pelo viés da Semântica Histórica da Enunciação
(Anthroponims in Aurilândia-GO: an approach through the Historic Semantics of Enunciation)

Elizete Beatriz Azambuja, Weruska Fagundes Correia

temporalização, um novo espaço de conviviabilidade de tempos, sem a qual não há sentido, não há acontecimento de linguagem, não há enunciação.”
Na busca de um nome único, são poucos os nomes que se repetem. Constatamos a repetição dos nomes de santos, ou bíblicos.
Entre os nomes repetidos da geração mais velha, constam João e José. Dentre os da geração mais jovem, além de João e José, observamos a recorrência a Pedro e Lucas, dois nomes que não aparecem entre os nomes dos pais. Podemos dizer que a enunciação desses pais que nomearam Pedro e Lucas “cita a enunciação daqueles que são tidos como modernos, engajados no seu presente” (Guimarães, 2005: 37).
Se, por um lado, observamos que se mantêm os nomes de alguns santos entre os nomes masculinos, por outro, verificamos o aparecimento de outros.
Dentre os nomes femininos da geração mais jovem, notamos a ausência de “Maria”, santa que outrora era homenageada freqüentemente. “Maria” aparece somente entre os nomes das mães.
Fazendo uma comparação entre os modos de nomear das duas gerações, constatamos uma diferença no que diz respeito à grafia dos nomes masculinos e femininos da geração mais nova. Os dados indicam que grande parte dos nomes registrados em 2000 e 2007 é grafada de forma diferenciada da grafia brasileira.
Em relação à diferença entre os nomes dos filhos e os dos pais, notamos que nos nomes dos pais há poucas ocorrências de inovação na grafia, seus nomes mantêm a escrita tradicional. As marcas mais comuns de inovação, que remetem a uma outra língua, são:
·        o uso do y e do w;
·        o final em “ton” e “son”
 
Aparecem apenas duas ocorrências de letras dobradas nos nomes de mães. Nos nomes masculinos, não ocorre esse tipo de grafia. 
Conforme observamos no quadro abaixo: