Revista Rua


Sonhar-te e(m) vidas. (Des)narr-ar...
Dream-art (i)´n lives. (Un)weaving...)

Elenise Cristina Pires de Andrade, Alda Regina Tognini Romaguera

ventAR
MurmurAR biá
Murmurinhar biá
murmurágua biá
murmúrio dágua biá
biá               nas páginas
cascalhAR cascos em cascalhos
cascatear rios risos biá
            mARulhAR de lápis em letras
choVER
VER-ter/tigem, vertigem que tinge...
de tinta a pele (ou seriam esquecimentos a serem lembrados? )  
Ela se foi, foi para sempre, e você deve estar sofrendo neste instante, ao ouvir a notícia. Acredite em mim, sei como você se sente. Você deve estar um desastre. Mas dê uns cinco minutos, talvez dez. Talvez você possa seguir por toda uma meia hora antes de esquecer.
Mas você esquecerá – eu garanto. Mais alguns minutos e você se dirigirá à porta procurando-a novamente, desabando quando encontrar a foto. Quantas vezes você precisa ouvir a notícia até que alguma outra parte de seu corpo que não esse cérebro arrebentado comece a lembrar? (NOLAN, 2001, p.4)[8]
 
 
(des)... AR...mar


[8] Jonathan Nolan autor do conto “Memento Mori”, publicado no suplemento Mais! da Folha de S. Paulo de 12/08/2001 e que serviu de inspiração para a produção cinematográfica Amnésia dirigida por Christopher Nolan, 2001, que traz os fotogramas aqui congelados.