Revista Rua


Sonhar-te e(m) vidas. (Des)narr-ar...
Dream-art (i)´n lives. (Un)weaving...)

Elenise Cristina Pires de Andrade, Alda Regina Tognini Romaguera

Outra parte do corpo que não esse cérebro arrebentado. Essa memória que arrebenta o que não faz sentido. Mas o que faz sentido? A realidade? A distinção da realidade junto à ficção e à imaginação? O sonho? A centralidade e justeza pensamento-memória-narrativa? “91 centímetros. Eu estava exatamente 91 centímetros de mim mesmo” nos avisa Henry. Des-locar. Des-narrar. Des-amarrAR. “Agora, é apenas uma questão de organização. Ser bem organizado é tudo”, Henry nos alerta. Organização que parece clamar o personagem Leonard Shelby (Guy Pearce) do conto Memento Mori que inspira a produção cinematográfica Amnésia. Tatuagens, fotos, post-its. Mementos de memória deslocada? Des des des desr desdrrdrr der der derfderfv dervdrv drv devir-teclado... em um potente vir-a-ser que não se liga nem a lembranças, nem ao vivido, nem ao que se viverá, que permanece em potência de ser, pois
 
(...) quando o hábito e a memória se submetem a casa e o território, como se estes pudessem existir independentemente do animal que os recorta, não é a arte que se torna impossível – pois ela é neste momento o consolo tão almejado – , é a vida mesma que adoece do medo de viver (GODOY, 2008, p. 265).
 
Retângulo de cantos arredondados: Extras (story-boards)

é assim que procede a ciência				é o cão chupano manga
se não é, parece que é, tem tudo pra ser,       	           então fica sendo...
é a vida mesmo que adoece				com medo de viver...





            Evidentemente, você não pode prever tudo”, adverte-nos Henry.Seria muito interessante que Leonard ouvisse Henry e Ana Godoy. O que conseguiríamos prever ao fixar as linearidades das narrativas (não somente as científicas) e das memórias que insistem em não serem lembradas? Des-locar as narrativas, (des)narrá-las, seria escrevê-las nesse teclado de papelão, a 91cm da ‘verdadeira’ máquina?Devir teclas? Talvez essas (des)narrações sejam as histórias mínimas. Um gesto vivo. DesARmAR, na desarrumação do mar. MareAR. MARejAR.
Mar que sempre invade meus sonhos e quase nunca me lembro deles. Sonho e esquecimento como nos traz Christopher Nolan em duas de suas produções