Revista Rua


Sonhar-te e(m) vidas. (Des)narr-ar...
Dream-art (i)´n lives. (Un)weaving...)

Elenise Cristina Pires de Andrade, Alda Regina Tognini Romaguera

Vidas
 
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Vida, minha vida, olha o que é que eu fiz! (Chico Buarque)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Produção imagética da designer Fernanda Pestana    
 

O que poderíamos responder à essa imagem quando ela nos provoca e invoca com os versos da canção de Chico Buarque? Talvez pensAR vida, criando resistência e escapando ao aprisionamento das margens, escolhendo com Guimarães Rosa (2001) a habitar a terceira margem, o não-lugar, “(...) na instalação da possibilidade de devir que se instala a possibilidade de vida e não em uma linearidade representacional que a ligaria ‘simplesmente’ ao conceito de vida”(ANDRADE; SPEGLICH, 2010, p. 12). VidAR, sem deixar-(se) capturar pelo conceito de vida, pela moral da vida. P e l a   p o l í t i c a    i d e o l ó g i c a da vida.
            Vida não orgânica, sem sujeito. Vontade de deslizAR. AR. Borbulhas de vida em telas, quadros de comunidade fugaz, instantânea, que não se aprisiona, incorpórea, organismo que se desorganiza; transformação de vida biológica em arte. Biótopos que interagem com gente, vida reagente, mutante. Incorpóreo que é orgânico – potência do inorgânico desde dentro do orgânico. Ideia de vida que não se efetua, que está sempre em escape; vida para além do encontro dos corpos, vida que é pensamento, pensamento que é indizível. (Des)estabilização, (des)controle do natural; arte como força de inscrição de sentidos outros, vida como (des)controle, como nomadismo, transformação, e novo.