espaço por 25 anos. Ademais, os clubes belorizontinos estão em negociação com essa empresa visando possibilidades de exploração desse espaço de modo que seja lucrativo para as partes envolvidas
[1].
Pode-se perceber, de acordo com Oliveira (1999), um esvaziamento da esfera pública e uma apropriação privada desse conteúdo de modo a atrair benefícios aos interesses privados. Se for levado em consideração que o Mineirão foi construído em uma área pertencente ao governo federal, cedida para o governo estadual, em troca da utilização de seu complexo pelos alunos da universidade, dentro dessa reestruturação política-econômica, os fins acadêmicos de uso do espaço ficaram à margem. O que impera é a privatização do público que vem de um modelo político e econômico de que há uma desnecessidade do público desse espaço e de uma desqualificação do bem público. “A esse processo objetivo corresponde uma subjetivação da experiência burguesa no Brasil de hoje que é radicalmente antipública, no sentido da esfera pública não burguesa ou cidadã” (OLIVEIRA, 1999, p. 68).
Por fim, um dos símbolos da modernidade atual é a preocupação com o meio ambiente e com o melhor aproveitamento dos recursos naturais de modo a não comprometer as gerações futuras, a chamada sustentabilidade. Com isso, o “Novo” Mineirão não poderia abrir mão desse princípio, uma vez que a FIFA recomenda o Gol Verde, isto é, programa que tem por objetivo “reduzir o consumo de água potável, evitar e/ou reduzir a emissão de resíduos, criar sistemas de abastecimento de energia mais eficientes e aumentar o uso do transporte público nos eventos FIFA” (FIFA, 2011, p. 37). Para isso, estabelece que todos os estádios devem fazer projetos que levem em consideração as técnicas e princípios de uma construção sustentável, para que possam adquirir a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), uma vez que as construções sustentáveis trazem benefícios ambiental, econômico e social à população.
Vale lembrar que, antes da reforma, o estádio construído em concreto armado contrastava com o seu entorno cercado por árvores, o que dava um ar bucólico ao espaço, bem como um sombreamento e, consequentemente, uma menor temperatura. O atual projeto mantém a arquitetura do estádio e prevê uma esplanada limitando as árvores a uma única área. Assim, pensar em uma política de desenvolvimento
[1] http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2012/03/cruzeiro-e-minas-arena-discutem-possivel-acordo-sobre-o-mineirao.html