Paulo (SANTOS, 2005b). Além disso, ter um grande estádio aumentaria a autoestima dos mineiros.
O meio esportivo de Minas Gerais se sentia injustiçado por não poder equiparar-se aos paulistas e cariocas – que, além do esporte, comandavam as questões político-econômicas do país -, sendo que o principal motivo alegado era a falta de um estádio como o Maracanã, no Rio de Janeiro, ou o Pacaembu, e depois o Morumbi, em São Paulo (SANTOS, 2005b).
Em 1959, foi iniciado o projeto para a construção do Estádio Minas Gerais que foi inaugurado em 1965, sendo o segundo maior estádio de futebol coberto do mundo
[1]. Sua construção se deu na Pampulha, através de um convênio firmado entre o Ministério da Educação e Cultura, a Universidade de Minas Gerais
[2], o Conselho de Administração do Estádio Minas Gerais e a Diretoria de Esportes do Estado de Minas Gerais, já que a Universidade de Minas Gerais cedeu uma parte de seu terreno para a viabilização da obra do estádio e, em contrapartida, os seus alunos poderiam utilizar, além das instalações do estádio, o centro esportivo que seria construído concomitante à praça de esportes (SANTOS, 2005b).
O “Gigante da Pampulha”, com capacidade para 130.000 pessoas, apresentava como diferenciais em relação ao Independência uma melhor capacidade de evacuação da área, mais bebedouros e sanitários e uma arquibancada coberta (SANTOS, 2005b). Foi considerado um grandioso empreendimento, de grande imponência e beleza arquitetônica e chamou a atenção para a capacidade empreendedora do povo mineiro.
O Estádio Minas Gerais é uma síntese da capacidade realizadora do nosso povo. Não se sabe o que mais admirar: se a eficiência dos engenheiros, arquitetos, mestres de obras, operários encarregados da execução da obra; se a precisão dos calculistas das estruturas; se a beleza e a funcionalidade do projeto arquitetônico. É, enfim, uma grande obra, que contribuirá decisivamente para o engrandecimento de nosso esporte e que honra e enaltece a nossa engenharia (SANTOS, 2005b).
Além disso, foi comparado ao Maracanã (construído para a Copa de 1950, era considerado o mais moderno da época). A segurança, o conforto, o bom gramado, a iluminação e o sombreamento do Mineirão o colocavam em lugar de destaque. As qualidades de segurança e conforto fizeram com que o público feminino fosse atraído para frequentar o estádio mineiro.
Percebe-se que, para além da sua função futebolística, o estádio cumpria uma especificidade simbólica e representava o que de mais moderno poderia existir na
[3] O maior estádio de futebol coberto do mundo é o Maracanã.
[4] Desde 1965, chamada de Universidade Federal de Minas Gerais.