Para cumprir tais determinações, o Estado de Minas Gerais em parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, lançou o Planejamento Estratégico Integrado que tem por objetivo criar ferramentas de gestão que levem à utilização eficaz dos recursos necessários à implementação dos projetos necessários a realização da Copa em Belo Horizonte. São projetos de grande impacto na cidade, divididos em seis eixos temáticos: infraestrutura esportiva, mobilidade, turismo e rede hoteleira, comunicação e marketing, utilidade pública (segurança, saúde, energia, telecomunicação, ação social e meio ambiente) e requisitos da FIFA. Um dos projetos pertencentes ao eixo infraestrutura esportiva tem o título de “Modernização do Mineirão” e na descrição prevê “Modernização do Mineirão com vistas a adequações de infraestrutura para a Copa 2014, promovendo a sustentabilidade após o evento” (MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, s.d.).
Como está inserido dentro do perímetro de tombamento delimitado pelo IPHAN para o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha
[5], as obras de modernização do Mineirão mantiveram sua fachada, alterando toda a sua estrutura interna e externa.
Percebe-se, nesse sentido, uma ação sobre as formas e seu uso, uma vez que os objetos são dotados de conteúdo e finalidade. Santos (1977, p. 35) afirma que “através da ação sobre as formas, tanto novas como renovadas, o planejamento urbano constitui muitas vezes meramente uma fachada científica para operações capitalistas”, uma vez que as modificações do espaço em prol de uma modernização tende a atrair investimentos, especulações e traz uma agenda de transformações do espaço tecnificando-o e burocratizando-o.
Conhecido como o “Novo Mineirão”, o projeto prevê uma esplanada com 80 mil m²
[6]; estacionamento com capacidade para 2,5 mil veículos; área para imprensa equipada com mesas; computadores e telefone; cobertura especial com sistema autolimpante; iluminação inteligente; acesso rápido por catracas eletrônicas; geração de energia por painéis fotovoltaicos; 64 mil lugares e 80 camarotes; aérea de 7 mil m² destinadas a atividade comercial. Para viabilizar o projeto, optou-se por um modelo de negócio que privilegia a modernização da infraestrutura, buscando o mais alto padrão internacional
[5] Para maiores informações conferir: LIMA, Helena B.; MELHEM, Mônica M.; POPE, Zulmira C. (orgs.). Bens móveis e imóveis inscritos nos Livros do Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: 1938-2009. 5. ed. rev. e atualizada. [Versão Preliminar] – Rio de Janeiro: IPHAN/ COPEDOC, 2009. Disponível em http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=1356>. Acesso em: jul. de 2012.
[6] Embaixo da esplanada serão instalados o Museu Brasileiro do Futebol, restaurantes, lojas, acessos aos camarotes e estacionamento. Um espaço com potencial para transformar o Mineirão uma arena multiuso.