Essas palavras têm um forte apelo simbólico como pode ser visto em Damo:
O presidente da FIFA disse, claramente, algo um tanto diverso, a começar pelo fato de que "a FIFA decidiu"; que decidiu "dar a responsabilidade"; e insistiu que não era "só o direito, mas a responsabilidade"; e frisou, claramente, que não se tratava de sediar, apenas, mas de "organizar" a "copa mundial da FIFA" - note-se, no detalhe, que a copa é "da FIFA". O fato de ter dito isso com o indicador em riste, apontado na direção da plateia, onde estava o presidente Lula, dispensa comentários. (DAMO, 2012, p.31)
Em resposta, o então, presidente Lula, compreendendo a grandiosidade do momento, a responsabilidade assumida que implica em ganhos coletivos e perda apenas ao Brasil, deu a seguinte resposta
Quero tranquilizar os dirigentes da FIFA. [...] No fundo, no fundo, estamos assumindo uma responsabilidade enquanto nação, enquanto Estado brasileiro, para provar ao mundo que temos uma economia crescente e estável, com uma estabilidade [política] conquistada. Somos um país com muitos problemas, mas somos um país de homens determinados a resolvermos estes problemas[2].
Percebe-se que houve uma referência a capacidade organizadora do povo brasileiro e o bom momento econômico e político que o Brasil estava vivendo, afinal todos os brasileiros e brasileiras a partir daquele momento, estariam sendo avaliados no que diz respeito à capacidade de planejamento e de execução, à captação de investimento; ao cumprimento de prazos, além da segurança, do compromisso com o meio ambiente, do controle da violência urbana e nos estádios de futebol; do uso das tecnologias; da ocupação do espaço; da capacidade de gerir o tráfego urbano e aéreo; entre outros.
Dentro desse contexto, foi traçado um plano de ação, com base nos preceitos da FIFA, para que a copa seja por aqui realizada. Obras de mobilidade urbana, infraestrutura, reforma e construção de estádios, entre outras medidas, foram planejadas e vem sendo implementadas. Se na Copa de 1950 não há registro desse plano de ação, para a de 2014 há uma série de normativas a serem cumpridas, o que faz com que esse evento tome outras proporções.
Uma das exigências da FIFA refere-se aos estádios. A entidade sugere que eles cumpram uma série de quesitos no que se refere ao uso, segurança, comunicação, sustentabilidade etc.
Em relação ao uso, a entidade sugere estádios multifuncionais, “projetados de forma que abriguem outros eventos esportivos e de entretenimento, melhorando assim a sua utilização e viabilidade financeira” (FIFA, 2011, p.43). Sugere, então, que esse
[2] Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=oHDpugDHF7M&feature=relmfu