Revista Rua


"Pra tá aqui tem que montar, desmontar e carregar". Mobilidade, território e cotidiano do trabalho na feira de artesanato da Avenida Beira-mar, Fortaleza (CE)
"To be here one has to assemble, to disassemble and to carry": Mobility, territory and labor quotidian in the craft fair, on Beira-mar Avenue, Fortaleza (CE)

Luiz Antonio Araújo Gonçalves


FIGURA 4 - Veículos que fazem o transporte das baterias até a feira. Fonte: Gonçalves, 2008.
 
O uso da bateria nas barracas é bastante disseminado entre os feirantes, com exceção daqueles que têm suas barracas próximas aos postes de iluminação pública ou, ainda, investem parte do seu lucro na aquisição de uma bateria própria, conforme o relato de outro feirante: “Comprei eu mesmo uma bateria, aí contrato só o carregador”.
No interior da feira, atua, ainda, outro grupo de trabalhadores, que formam o subcircuito da alimentação, constituído pelos vendedores ambulantes de lanches, refeições em marmitas, comidas típicas, água mineral, café, chá, refrigerantes, dentre outros produtos que complementam a alimentação dos vendedores e permissionários durante o tempo de trabalho na feira. Esses vendedores têm livre circulação na área da feira, diferentemente dos outros, tendo em vista que sua mercadoria não concorre com os produtos dos feirantes.
Uma parte das barracas conta, ainda, com vendedores que trabalham auxiliando o permissionário nas vendas e atendimento de clientes. Estes, em geral, também trabalham informalmente, e seus ganhos são irregulares, variando de acordo com o que foi combinado com o permissionário.
Para os feirantes os gastos são semanais. Neles se incluem carregador, montador, vendedor, fornecedores, além da alimentação, já que o trabalho na feira requer uma permanência de longas horas. Os gastos com o transporte, montagem/desmontagem e o