Revista Rua


Imagem e Ilegibilidade da Forma Urbana de Campinas
Image and illegibility of urban form of Campinas

Luiz Tiago de Paula* e Eduardo Marandola Jr.**

Fig.1.jpg
Figura 1: Mutabilidade da imagem, adaptado de Lynch (2003)
(Fonte: MARANDOLA JR. et al, 2012)
 
Uma das estratégias para identificar se Campinas possuía a qualidade de mutabilidade de sua imagem, utilizamos uma tática para abordar os entrevistados da pesquisa. Esta tática teria papel de introduzi-los ao tema “imagem da cidade” e, ao mesmo tempo, instigar suas curiosidades. Entregávamos um cartão com uma fotografia panorâmica do centro da cidade, tirada da Torre do Castelo, de onde é possível ver todas as direções de Campinas (Norte/Noroeste, Noroeste/Oeste, Oeste/sudoeste e Sudoeste/sul) e perguntávamos: “Você sabe de onde é esta fotografia? E de onde ela foi tirada?” (Figura 2). A maioria dos entrevistados, ao notar a densidade de construções verticalizadas, dedutivamente, respondia que se tratava do Centro de Campinas. Entretanto, todos (sem exceção) tiveram dificuldade para localizar de qual região da cidade foi fotografada a paisagem. Mesmo que alguns tenham respondido Torre do Castelo, não esperávamos uma resposta precisa do local, mas alguma que indicasse o sentido e orientação da cidade que se estava vendo. Em outras palavras, a maior parte das pessoas não sabia qual face do Centro estava a mostra na fotografia. Mesmo com os morros do Planalto Meridional ao fundo e a orientação dos prédios, muitos nem ao menos desconfiaram se tratar de uma vista feita a partir do Bairro Jardim Chapadão, onde se localiza a Torre do Castelo