Revista Rua


Imagem e Ilegibilidade da Forma Urbana de Campinas
Image and illegibility of urban form of Campinas

Luiz Tiago de Paula* e Eduardo Marandola Jr.**

mais largas e as fachadas dos prédios possuem recuos, a exemplo das avenidas Anchieta, Orosimbo Maia, Senador Saraiva, Moraes Sales e Francisco Glicério (Figura 5). Suas morfologias se contrastam diante das ruas menores como amplos espaços abertos. Essa alternância dimensional confere a essas vias, em alguns casos, o papel de limites entre centro e bairro.
 
Fig.5.JPG
Figura 5: Desenho da Avenida Francisco Glicério
(Fonte: MARANDOLA JR. et al, 2012)
 
Os marcos são tão importantes quanto as vias para estruturar a imagem dos espaços públicos do Centro de Campinas. Demos destaque para quatro marcos, os quais apareceram com maior frequência nas entrevistas com os cidadãos: o Edifício Mirante, o Edifício Centro Empresarial Conceição, o prédio da antiga Estação Ferroviária e a Torre do Castelo.
O Edifício Miranteé um prédio com 30 andares, localizado na Avenida Moraes Sales, ao lado do Viaduto Cury, no trecho onde a avenida ascende a vertente para se conectar ao elevado. Essa posição topográfica faz dele um dos edifícios mais alto de Campinas. Enquanto marco na paisagem, sua imagem é potencializada pelo painel eletrônico que fica em seu topo, comumente chamado entre os campineiros de “Relógio do Itaú” (Figura 6). O painel se divide em três subpartes voltadas, respectivamente, para norte, leste e oeste, que acendem ao pôr-do-sol e marcam a skyline durante toda a noite. O fundo azul, as letras da marca Itaú em laranja e os números brancos a marcar a hora e a temperatura alternadamente deixam o painel luminoso ainda mais chamativo.