Revista Rua


Imagem e Ilegibilidade da Forma Urbana de Campinas
Image and illegibility of urban form of Campinas

Luiz Tiago de Paula* e Eduardo Marandola Jr.**

As vias do Centro são heterogêneas em suas formas e funções. Quanto às suas morfologias, podemos distingui-las em dois arquétipos principais. O primeiro são os antigos arruamentos do século XIX: seus traçados reticulares são irregulares, a largura das ruas estreitas e os terrenos são totalmente ocupados pelas construções de edifícios. Suas calçadas são restritas e a proximidade entre as duas margens das vias, combinadas com as construções verticalizadas dão a sensação de “desfiladeiros” (Figura 4). Essas ruas são vias secundárias quanto ao papel do trânsito de veículos, e para os pedestres possuem dois pontos a se ressaltar, um negativo e outro positivo em relação à legibilidade de sua paisagem. Apesar de possuírem clareza direcional, reforçadas pela orientação das vertentes, elas são muito longas, fazendo com que sua paisagem mude ao longo das quadras, o que enfraquece seu poder de permanência, continuidade e identidade. Além disso, suas curvas dificultam ver claramente onde elas começam e onde terminam.
 
Fig.4.jpg
Figura 4: Desenho da Rua Doutor Quirino
(Fonte: MARANDOLA JR. et al, 2012)
 
A outra tipologia de vias são as grandes avenidas. Estas possuem características singulares, pois além de serem as principais vias de circulação para os automóveis, também concentram um maior número de pedestres. As avenidas têm seus desenhos mais modernos e entrecortam o tecido urbano orgânico caracterizado pelos reticulados irregulares das quadras mais antigas. Possuem mais de três faixas, suas calçadas são