Revista Rua


A Construção das representações identitárias: o brasileiro clandestino deportado

Marcos Barbai

mesmo, uma vez que a prisão o obriga a mostrar-se. A expulsão de um território é assim uma experiência que se sofre dolorosamente, e a deportação se mostra como uma tecnologia política de humilhação. Humilha-se para tornar o sujeito impotente e vulnerável. Como diz Ansart (2006: 131), a humilhação faz com que o humilhado “se veja e se sinta diminuído, dividido entre a imagem que ele faz de si mesmo e a imagem desvalorizante ou infame que o outro lhe infringe”.
A deportação, hoje, tem sido a arma, o instrumento político contra o imigrante muitas vezes identificado como um inimigo, uma força maléfica. Como aceitar o outro dentro de nossa própria casa, sem que isso represente perigo ou o torne um tipo de monstro (um ladrão, um terrorista)? Para lembrar Derrida (1996) as legislações devem servir a justiça, mas elas não são a justiça.