Revista Rua


Uma enunciação sem comunicação: As tatuagens escriturais
An utterance without communication: the scriptural tattoos

Marie-Anne Paveau

- Mort aux femmes infidèles [Morte às mulheres infiéis]
- Mort aux bêtes brutes [Morte aos animais brutos]
- Mort aux tyrans [Morte aos tiranos]
- Mort aux officiers français [Morte aos oficiais franceses]
- Mort aux chaochs [Morte aos meirinhos – oficiais de justiça]
- Mort aux flics [Morte aos policiais]
 
É necessário mencionar também a famosa palavra de ordem tatuada no braço de Bernadotte, Mort aux rois [Morte aos Reis], tatuada durante a Convention e que o coloca num belo embaraço no dia em que se tornou rei da Suécia: doente, ele devia descobrir seu braço para fazer uma sangria. Observamos depois esse exemplo em particular, pois a forma palavra de ordem ou grito é contextualmente determinada: J. Delarue e R. Giraud lembram o número de soldados de guerra que tatuam palavras de ordem patrióticas, antimilitares, sentimentais ou amorosas. O contexto parece ser um elemento sobredeterminado pelas tatuagens escritas. Vejamos alguns exemplos de máximas extraídas de Lacassagne, 1881:
 
- Vit seul, car les amis sont morts [Vivo só, porque os amigos estão mortos]
- La vie n’est que déception [A vida é apenas decepção]
- Plutôt la mort que de changer [Prefiro a morte do que mudar]
- Amis des frères à la côte [Amigos da Confraria de marinheiros]
- Malheur aux vaincus [Desgraça aos vencidos]
- Mon braço aux amis [Meu braço pelos amigos]